Desabafo de uma misantropa

Oh Deus!

Por meio desta venho desabafar para ti porque odeio tanto aos seres humanos.

Bela criação para você,

Mas desprezível para mim.

Oh Deus!

Sabes que eu poderia viver plenamente feliz na Terra se apenas existisse Tu e eu.

Apenas você e eu.

E ninguém mais.

Pois eu não preciso de mais ninguém.

Teu amor é o único que me basta. Eu não preciso de nenhum outro.

Pois teu amor é incondicional.

Seres humanos são todos cruéis e desprezíveis.

E o amor deles é condicional.

Não choro lágrimas de solidão. Nem de desespero. Nunca chorei.

Pois a solidão não me causa desespero. De forma alguma. Pelo contrário.

Nenhum outro estado de ser me faz sentir mais confortável.

Eu fico é desconfortável perto das pessoas. Onde eu preciso SEMPRE fingir ser algo que eu não sou somente para agradá-las.

Já que o meu verdadeiro eu elas consideram inferior.

Por isso, eu me sinto muito mais sozinha quando estou perto das pessoas do que quando estou sozinha de verdade.

Eu vivo num paradoxo, aonde eu me sinto somente bem-acompanhada quando estou sozinha, em presença da minha própria companhia, e sozinha quando estou acompanhada de outras pessoas.

Por isso, eu não choro lágrimas de solidão. Eu choro é lagrimas de decepção. Decepção profunda com os seres humanos.

A futilidade, a ignorância e a maldade delas faz meu sensível coração chorar. Ás vezes sangrar.

É como se eu vivesse em um planeta onde a maioria das pessoas não tem cérebro nem coração. Ou elas pelo menos nunca demonstram que tem.

E são tão confusas e difíceis de agradar. NADA que eu faça jamais é bom o suficiente pra elas. Por isso eu desisto.

Me sinto uma antropóloga em marte.

E todos os habitantes são aliens.

Eu quero ficar sozinha. Ou pelo menos com alguém que também deseja ficar sozinho.

As frases que eu não aguento mais ouvir sobre solidão:

1) "Ninguém é uma ilha".

Frase que quando escuto me faz explodir em gargalhadas. Francamente, nunca ouvi frase tão estúpida na minha vida. Estúpida e hipócrita.

Acontece que EU sou sim uma ilha: Uma ilha de um universo inteiro dentro da minha cabeça. Universo esse que adoro visitar. E que quando deixo outros visitarem, nada eles fazem além de destruir minha preciosa ilha e me obrigar a sair dela à força. E para que? Só para me lançarem nesse mundo monótono e hostil cheios de pessoas também monótonas e hostis. Quando eu poderia estar muito mais feliz ficando na minha ilha.

Frase que carrega uma total hipocrisia em sua essência, pois NINGUÉM deseja realmente se conectar com ninguém. As pessoas só se importam com elas mesmas e com seus próprios problemas, são egoístas e não tem empatia nenhuma pelo próximo.

Frase também hipócrita pois as pessoas só se "conectam" em um nível totalmente superficial. Ninguém deseja realmente entender as dores, conhecer as angústias, compartilhar sonhos, desejos, medos com ninguém. Ou falar sobre coisas profundas, pessoais e importantes. Elas só querem falar sobre coisas fúteis e inúteis e chamam a isso de "conexão".

A verdade é que, as pessoas NÃO querem se conectar. Pelo menos não de verdade. Não no mais profundo sentido da palavra.

No sentido de querer conectar sua alma com a alma de outra pessoa.

No sentido de querer fundir sua mente, coração, corpo e alma com a de outra pessoa até elas virarem uma só. Até que elas se entendam completamente que palavras não sejam mais necessárias.

Mas infelizmente, elas só querem se conectar de forma superfial, seja física, através do sexo, seja digital, através da internet, seja presencial, através de conversas triviais. Mas nunca, NUNCA querem se conectar de forma real.

Não sei se é por medo de intimidade ou porque elas simplesmente não dão importância. Mas o fato é que as pessoas não desejam realmente se conectar umas com as outras.

Me condenam por não querer me conectar, mas eu não vejo diferença alguma entre não querer se conectar e só querer se conectar em um nível superficial. É uma hipocrisia total.

Frase também que não reconhece que na verdade todo ser humano é uma ilha sim. Todo ser humano carrega dentro de si mesmo uma ilha que é seu próprio mundo, sua própria visão de mundo, sua história, suas emoções, seus pensamentos, sua vida.

E todos nós moramos sozinhos dentro dessa ilha.

Cada um vive dentro de sua própria ilha particular, que é a sua mente.

E conectar-se com outras pessoas significa apenas ligar duas ilhas solitárias uma a outra. Mas apenas temporariamente. Ninguém vive dentro da ilha de outra pessoa para sempre. Os botes sempre vão e voltam.

2) “Forever alone".

Não sei porque dar a sentença a alguém ou a si mesmo de viver eternamente sozinho poderia ser considerado a punição mais cruel de todas. Só se as pessoas forem incrivelmente arrogantes e narcisistas para acharem que a presença delas é a melhor do mundo, que elas não são desagradáveis, chatas ou irritantes. Que por alguma razão imaginária em suas cabeças SEMPRE a companhia delas é melhor do que se estar sozinho.

Não entendo o quanto de medo irracional as pessoas podem ter da solidão para sempre acharem que a companhia de QUALQUER pessoa é sempre melhor do que se estar sozinho. Não interessando o quão chata ou desagradável possa ser a pessoa. Não interessando se a pessoa chata sequer está nos oferecendo companhia e na verdade só está nos privando da solidão. O que NÃO é a mesma coisa.

Outra frase estúpida e hipócrita que não reconhece que seres humanos são sim de fato seres solitários, tanto quanto são seres sociais. E que a solidão é de fato essencial ao ser humano para que ele possa voltar a si mesmo, possa se auto-descobrir, possa refletir, possa respirar. E que a solidão não é algo triste, e sim algo belo. Um estado de ser que te conecta com você mesmo. Mas porque alguns seres humanos temem e odeiam a solidão, porque são fracas, carentes, dependentes dos outros para tudo e não sabem aproveitar a própria companhia, é claro que eu entendo porque elas iriam tirar sarro de alguém que gosta de ficar sozinho. O conceito de alguém milagrosamente não ser um cachorrinho carente que vive atrás das pessoas mendigando a sua atenção é estranho para elas. O conceito de amor próprio e individualidade é algo absurdo para elas.

Então não. Eu não vejo problema nenhum em ficar sozinha. Melhor do que aturar a "companhia" de pessoas chatas que na verdade não me fazem companhia alguma e ainda por cima tiram meu prazer de estar sozinha.

3) “Pega ninguém." "Não tem amigos."

Esse tem sido um argumento que por muitos anos extrovertidos sempre adoraram esfregar na cara de introvertidos: Que eles são socialmente superiores. Também é usado por homens machistas que se consideram garanhões. Pois bem, eu irei responder ele agora.

Pra começar, esse argumento é totalmente inválido e medíocre. E me surpreende que eles não consigam enxergar isso. Acontece que essa afirmação não passa de puro solipcismo. Acho que homens machistas e pessoas extrovertidas que dizem isso não são inteligentes o suficiente para perceber que nós introvertidos e nós mulheres não damos a fucking mínima. Ou seja, são só eles que se importam com essa besteira. É o mesmo que tentar dizer para um gay, uma lésbica, um diabético, um intolerante à lactose ou um ateu, o quão “idiotas” eles são por não gostarem de mulheres, homens, açúcar, leite e Deus. Eles, assim como eu, só ririam. Ao fazer essa afirmação, homens estão ignorando que mulheres possuem prioridades sexuais diferentes das deles e extrovertidos que introvertidos possuem prioridades sociais diferentes das deles. Acontece que introvertidos e mulheres buscam por qualidade. Não quantidade. Por mais inacreditável que possa parecer para eles, EXISTEM de fato pessoas que buscam por qualidade e NÃO estão interessadas em ser amigo de todos ou dar pra todo mundo.

E eu não entendo quando "pegar" as pessoas e ter o maior número de amigos se tornou uma competição. Como se fosse nada mais que uma competição fútil com as pessoas sendo os pontos. Como se fosse um joguinho estúpido onde a única coisa que interessa é ter o maior número de pontos. Competir por popularidade e sexo são a coisa mais infantil do mundo. Usar como abordagem a quantidade para se relacionar com as pessoas é uma estratégia pobre e medíocre. Ninguém ganha nada com isso. Mas talvez para homens e para extrovertidos essa estratégia funcione sendo que para eles a quantidade é a única coisa que importa. Sendo que eles enxergam as mulheres e pessoas somente como trófeis cuja a quantidade deles é o que determina seu senso de valor próprio. Pois não são capazes de se valorizarem sozinhos. Quanto mais mulheres um homem "come" mais ele é o "cara". Quanto mais "amigos" um extrovertido tem mais ele é "popular". Agora, pergunte ao extrovertido quantos desses amigos e amantes que ele tem sabem pelo menos o NOME dele. Ou se ele próprio sabe o nome de algum. Quantos iriam visitá-lo no hospital ou quantos iriam ao enterro dele. Amar de verdade essas mulheres no caso dos homens e esses amigos no caso dos extrovertidos nem pensar né? 

Investiver na qualidade dos seus relacionamentos ao invés da quantidade, se importar de verdade com as pessoas a um nível pessoal, íntimo e profundo ao invés de só querer usá-las como objetos é totalmente absurdo não é?

Quem valoriza a quantidade se gaba por ter mil pedras sem valor. Quem valoriza a qualidade se gaba por ter um único diamante que vale milhões.

Quando você não dá a mínima para as pessoas, só quer usá-las, mascá-las depois cuspi-las fora como se elas fossem um chiclete, qual o ponto de só “pegá-las”? Isso pra mim é o mesmo que nada.

Eu não quero somente pegar ou usar as pessoas. Eu queria AMÁ-LAS, entendê-las, ajudá-las e me tornar uma só com elas.

4) "Tímida”.

Se está se referindo ao medo irracional e infantil de pessoas causado apenas por ignorância e inocência, não. Esse medo não tenho mais desde os seis anos.

Agora, se está se referindo ao medo totalmente racional e justificável de pessoas causado por experiências traumáticas, desilusões e decepções, ESSE eu tenho. Não sei se isso pode ser considerado “timidez”.

Mas NÃO é por essa razão que eu não desejo falar com você.

Pensar que alguém não quer falar com você só porque é tímido, é muita arrogância.

Vai ver a pessoa tem outras razões, ou simplesmente não quer falar com você. Mas que eu saiba, ela tem esse direito, não tem?

No meu caso, é porque você é um babaca mesmo.

5) "Até o papel higiênico tem um rolo e você não tem".

Papel higiênico é um objeto inanimado sem vontade própria. Portanto que razão eu teria para sentir inveja dele? (risadas).

As pessoas sempre falam em solidão como algo a ter vergonha, como um sinal de deficiência ou algo anormal e se envergonham profundamente da sua carência. Como se ter alguém na sua vida não seja opcional e sim uma OBRIGAÇÃO. Que se você está sozinho isso é o fim do mundo. Como se solidão fosse algum tipo de tabu.

Mas quem disse que relacionamentos são perfeitos? 

Sabemos que não são. Acontece que solidão tem sim suas vantagens. Assim como relacionamentos tem sim suas desvantagens.

Piadas como essa somente refletem ao medo irracional que as pessoas tem da solidão, sua incapacidade de aproveitar a própria companhia, sua obssessão excessiva com ser social, popularidade e pegar os outros e o fato delas ainda acreditarem na cultura da extroversão.

Uma cultura presente na nossa sociedade que prega que para todo ser humano ser feliz e saudável ele PRECISA obrigatoriamente ser sociável e extrovertido. Mas isso não é necessariamente verdade. Se você não é extrovertido, não precisa ser. Acontece que não se vira extrovertido, se NASCE extrovertido. A orientação da personalidade humana é INATA, assim como a sexualidade ou identidade de gênero.
O que acontece é que, na nossa sociedade, se obriga que as pessoas DEVAM ser extrovertidas e sociáveis pela mesma razão fútil que se obriga que elas sejam héteros e normativas. Porque elas acreditam que heterosexualidade e extroversão são o “normal” e a homosexualidade e introversão são “anormais”. Mesmo que na natureza a homosexualidade e a introversão sejam encontradas em muitas espécies.

Isso tudo transforma a solidão e a introversão em tabus. E a extroversão e a socialização como “normais e certos”.

Porém, ao nos obrigar a nos encaixarmos nesses padrões fúteis, elas agem como se essas coisas fossem questão de escolha. Não é. Nós nascemos assim e morreremos assim. Não tem como mudar.

Mas a sua ignorância PODE e DEVE ser curada.

6) "Seres humanos são seres sociais".

Sim. Seres humanos são seres sociais. Por isso que eles fazem guerras, jogam bombas, escravizam, matam, assediam, estupram, abusam, mentem, humilham, oprimem, fazem bullying, iludem, enganam, traem, cometem adultério, são falsas, agridem, torturam, espancam, insultam, ferem e magoam uns aos outros. E ainda se usam como meros objetos descartáveis.

Porque eles são seres muito sociais!  #Sarcasmo

Se o ser humano fosse mesmo um ser "social" como diz ser, porque ele fere tanto seu próximo? Porque ele usa seu próximo como objeto descartável? Porque seres humanos se agridem e se prejudicam tanto e depois dizem que ser social é necessário?

Algo não faz sentido aí.

Ferir o próximo causa nele o ressentimento. Portanto, mata as chances do próximo de querer se conectar com você. Mas mesmo assim, as pessoas se ferem e se matam todos os dias.

E depois ainda criticam quem deseja ficar sozinho. Ou seja, longe da violência, da falsidade, da futilidade, da maldade e do egoísmo delas.

É como se na nossa sociedade ninguém tivesse o direito de ser “anti-social”, de não querer interagir com os outros. NÃO importando o quanto as outros sejam desagradáveis.

Uma vez, numa classe que eu sofria bullying, a "justificativa" para as torturas e humilhações emocionais ao qual a classe me infligia diariamente era essa: "Ela não fala com a gente." Tanto dos alunos quanto da pedagoga.

Eles estavam culpando a mim pelas próprias ações.

WHAT THE FUCK?!? Eles me magoavam e ainda esperavam que eu fosse amigável com eles?!? Em que planeta isso faz sentido?!? Se isso não é um paradoxo escroto, eu não sei o que é.

Se eles queriam que eu fosse amigável com eles, era só serem amigáveis comigo primeiro. Mas não. Me tratavam feito lixo. Porque eles, assim como várias pessoas, acreditam equivocadamente que mesmo MALTRATANDO os outros, os outros AINDA tem a obrigação de serem amigáveis com elas.

Criamos uma sociedade em que nós acreditamos que podemos tratar os outros feito lixo, maltratá-las e abusá-las o quanto nós quisermos para nossa própria diversão ou qualquer outro motivo. Mas paradoxalmente, as pessoas ainda tem a obrigação de serem sociáveis, amigáveis e receptivas conosco porque isso é o que a “educação manda”. Porque nós somos seres “sociáveis.”

Ou seja, uma pessoa cai e tomba com a cara no chão. Você ri porque acha engraçado. Depois dessa a pessoa não quer mais falar com você. Você acha isso ruim e a acusa de ser “mal-educada” ou “anti-social”. Mas você próprio não é um babaca por rir do sofrimento dela. Eis sua hipocrisia.

Como se não bastasse, na nossa sociedade, as pessoas quando sofrem qualquer tipo de abuso por parte de alguém, quem comete o abuso ainda as PROÍBEM de ficarem ressentidas com eles. É como quando você diz: “Você tá com raiva de mim só porque eu ri quando você caiu? Mas foi engraçado mesmo! Ah, deixa de ser chato!”. Ao fazer comentários como esse, você além de fazer a pessoa sofrer, ainda a PROÍBE de ficar ressentida com você. Como se ela não tivesse esse direito. Ao fazer comentários como esse, é como se você estivesse OBRIGANDO a pessoa a achar o próprio sofrimento engraçado (Na psicologia, o nome disso é gas-light).

Pior é quando se inventam desculpas esfarrapadas para se relevar o comportamento inadmissível de um agressor: “Mas você é um tonto mesmo! Como pôde cair nessa?” “Ele te provoca porque gosta de você.” “Também, olha sua roupa”. Tudo isso é culpabilização da vítima. A culpa NUNCA é do agressor. Com isso, o que na verdade estamos fazendo é perdoar e relevar passivamente os atos de um agressor, como que dizendo: “Esquece! As coisas sempre vão continuar a ser desse jeito! Eles não vão mudar!” Dizer isso é como se alguém chutasse sua cara sem motivo e depois você agradecesse e lambesse o sapato. Aí, com isso se inicia um ciclo sem fim de abusos. Afinal de contas, se alguém abusa uma vez e não é punido, pelo contrário, é relevado, é óbvio que o agressor continuará.

Tudo porque vivemos em uma sociedade onde o ressentimento é uma coisa que não cabe numa sociedade “civilizada e sociável”. Mas abusar pode é claro.

Sei que parece inofensivo, mas quantas vezes essa forma de pensar distorcida já foi aplicada algumas vezes até em casos graves como machismo, racismo, homofobia, bullying, agressão moral, agressão física, assédio e estupro? Muitas.

Vivemos numa sociedade que prega demais a impunidade, a culpabilização da vítima, a aceitar e perdoar agressões passivamente e de acreditarmos falsamente que se outra pessoa não tem caráter, NÓS é que somos trouxas por acreditar nela. Meu pai, por exemplo, viveu se culpando por muitos anos por ter se deixado enganar por mulheres más, até que um amigo lhe tirou o peso dos ombros:

--> “Quando alguém lhe passa a perna, não é porque você é um trouxa, e sim é a PESSOA que não presta.”

A falta de caráter dos outros é totalmente e exclusivamente culpa deles. Não eu que sou “trouxa” por acreditar. Afinal, como eu saberia?Ninguém lê mentes. Isso é só uma pessoa sem caráter querendo reverter a culpa.

Além da óbvia hipocrisia, essa frase não passa de mais um mero solipcismo bobo da cultura da extroversão. A idéia de que seres humanos obrigatoriamente PRECISAM ser sociáveis e extrovertidos para serem felizes é ridícula.

Isso é somente porque altas doses de socialização energizam o cérebro de um extrovertido. Mas nem todo mundo é extrovertido. Metade da humanidade tem o cérebro energizado pela solidão (introvertidos).

7) "Anti-social".

O oposto de social NÃO é anti-social.

O termo anti-social na verdade se refere a psicopatia (transtorno de personalidade anti-social). Uma condição em que pessoa não tem consciência social. Ou seja, empatia. Sem problema, meu nível de empatia e consciência social na verdade é superior do que da maioria das pessoas. Mas quando me chamam de "anti-social", as pessoas NÃO estão levando em conta a empatia. Porque a empatia que se DANE. O que interessa é ser "charmoso." Que se dane também a consciência social, o que interessa é ser "sociável". Que se dane o caráter, tudo que importa é o carisma. Novamente, hipocrisia.

Criamos uma sociedade em que o que importa primeiramente é o carisma, e o caráter fica em segundo plano.

Isso resulta nas pessoas parecerem amigáveis por fora porém permanecerem imprestáveis, enganadoras e manipuladoras por dentro (chamo isso de comportamento Yandere). Com isso estamos criando uma sociedade de psicopatas.

Mas sem problema nenhum! Afinal de contas tudo que importa é ser sociável, amigável e extrovertido e o caráter que se dane não é mesmo?

Quando dizemos que alguém é “anti-social” nós na verdade estamos querendo dizer que a pessoa não é social, ou seja asocial (o termo correto para definir alguém que não gosta de interagir com os outros).
Mas o que as pessoas não levam em conta é que existem várias formas de ser social. A forma extrovertida NÃO é a única.

Ir a festas, ficar bêbado e contar piadas não são as únicas maneiras que existem de se demonstar que é social. Existem inúmeras outras. Como fazer caridade, salvar vidas e ser um líder social ativo que luta por direitos humanos por exemplo. Mas para a sociedade, se você não é um bêbado festeiro que conta piadas significa automaticamente que você é anti-social. Não interessa se você faz caridade e salva vidas ou não. Não interessa se você é um líder social ativo que luta por direitos humanos. Não interessa se você é uma boa pessoa. Quando dizemos “social” na verdade estamos nos referindo apenas em um contexto superficial, fútil. Ser carismático com as pessoas apenas por fora. E pouco se lixar para elas por dentro.

Mas tudo bem. Já que “sociabilidade” e extroversão é SÓ o que as pessoas querem, elas deviam procurar os psicopatas e os polìticos, eles são muito sociáveis! (sarcasmo).

8) “Grossa/Mal-educada”.

Uma vez, eu estava numa fila e um velho me fez uma pergunta. Eu me recusei a responder. Ele ficou com muita raiva de mim e me chamou de grossa.

Você poderia imaginar que a raiva dele seria justificável se ele me perguntasse as horas, caso estivesse atrasado para um compromisso. Ou então se me perguntasse onde fica o hospital, caso estivesse morrendo. Ou ainda se me perguntasse sobre filosofia existencialista. Mas NÃO. A pergunta dele simplesmente foi: “Que doce é aquele?” (era aquelas balas da fini).

Meu questionamento é: Se a pergunta dele era irrelevante, PORQUE CARGAS D’ÁGUA ELE FICOU ZANGADO COMIGO POR NÃO RESPONDER? Isso não faz sentido.

Você poderia imaginar que alguém fazer uma pergunta tão idiota e depois ficar com muita raiva só por você não ter respondido é uma coisa rara de se ver. Mas não. Isso acontece todos os dias.

Acontece que NÃO tem lógica nenhuma em ficar com raiva de uma pessoa por ela não querer dar atenção a você, se você realmente não quer a atenção da pessoa ou então não tem nada de importante para dizer.

Eu já percebi que na maioria das vezes que as pessoas se ressentem comigo por não lhes dar atenção, me chamam de “grossa” e “mal-educada”, elas não queriam a minha atenção REALMENTE. Para algo IMPORTANTE. E sim só achavam que eu devia lhes dar atenção por educação (obrigação).

Isso ocorre porque, novamente, a educação está sendo vista aqui apenas sob o ponto de vista extrovertido: O foco principal está em ser sociável, é a interação humana em si que conta. Portanto, ignorar as pessoas quando elas desejam ser sociáveis com você é a pior falta de educação que existe. 

Porém, NÃO interessa o motivo pelo qual você quer falar com a pessoa. O assunto que você quer tratar com ela não precisa ser necessariamente relevante (ou seja, você pode até falar merda mas as pessoas são grossas por te ignorar). Porém, essa lógica só faz sentido para os extrovertidos (porque o cérebro deles recarrega através da socialização, mas eles NÃO precisam necessariamente de uma razão específica para isso. Eles só socializam por socializar. E detestam quando alguém os ignora porque é como se a pessoa estivesse lhes negando energia). Entretanto, sob o ponto de vista introvertido, é o oposto: A interação em si fica em segundo plano. O que importa é o QUÊ você tem pra falar. Se é algo irrelevante, nós não vemos porque te dar atenção. Menos ainda entendemos porque você fica com raiva. Afinal, você não tem nada de importante pra falar mesmo (porque o cérebro introvertido PERDE energia para interação social e é recarregado por IDÉIAS.)

“Mas não te custava nada responder a pergunta daquele velhinho!” 

Verdade. Mas eu não QUIS. 

Simplesmente porque achei a pergunta dele irrelevante. Mas meus motivos pessoais para não querer responder pouco importam. Acontece que eu NÃO preciso responder se eu NÃO QUERO. Quem foi que disse que eu sou obrigada? A “educação”?

Uma autora de um de meus livros favoritos diz bem o que é educação:

--> “Educação é só uma decepção que vem numa embalagem bonita”.(Veronica Roth)

Para mim seria mais uma hipocrisia que vem numa embalagem bonita.

Já percebi que em nossa sociedade as pessoas adoram usar a educação como desculpa para acharem que tem o direito de reciprocar qualquer coisa: Você não quer ser amigo daquela pessoa. Você é mal-educado. Você não quer aceitar uma oferta. Você é mal-educado. Você não quer transar com uma pessoa. Você é um mal-educado e mal-comido. Ou seja, senso de entitlement disfarçado.

Essa “educação” tira nosso livre-arbítrio. Transformamos a educação numa hipocrisia (somos sempre educados até com quem odiamos) ao mesmo tempo em algo insuportável e cansativo. Uma pobre secretária com TPM, dor de cabeça, grávida e com diarréia é ainda obrigada a ser educada com os outros? Mesmo nesse estado? Você mesmo depois de um dia exaustivo de trabalho, tomou leite estragado de manhã, seu chefe gritou com você, voce pisou em merda de cachorro, seu carro pifou e seu conjuge está te chifrando, você ainda assim encontraria forças para ser educado com alguém no elevador? Ou então você está conversando com uma pessoa detestável que fala cuspindo. Você é obrigado a aturá-la?

Veja bem, eu não vejo educação como uma obrigação que nós somos obrigados a dar incondicionalmente as pessoas. E sim temos todo o direito de nos recusarmos a fazê-lo quando quisermos. Temos TODO o direito de ignorar as pessoas. Nós não somos obrigados a dar NADA que os outros achem que merecem. Se alguém falasse cuspindo comigo, eu levantaria e dava o fora. Grosseria? Talvez. Amor próprio? Muito.

Não estou dizendo que nós seres humanos não devemos ser educados. Pois devemos sim. Ser polidos, amáveis e gentis sempre que possível. Tratar os outros como você gostaria de ser tratado. 

Gentileza é sempre agradável e todo mundo gosta. Mas que isso não é uma obrigação.

Ás vezes, falar o que se passa verdadeiramente no nosso coração, ser honesto, é mais importante do que ser educado.

O velhinho QUIS puxar papo comigo. E eu NÃO quis retribuir. Que mal há nisso?

9) “Arrogante/Metida/Esnobe”.

Essa é a afirmação para xingar introvertidos que mais faz eu rir. De longe, é a mais rídicula de todas no quesito ignorância.

Francamente, eu achava que as pessoas nos achavam arrogantes por causa da nossa inteligência (e de fato, as pessoas sempre me xingam quando eu as corrigo). Porém, ao ler em um blog e um livro escritos por mulheres especialistas em introversão, elas próprias introvertidas, a explicação para a razão das pessoas nos acusarem disso primeiro me deixou completamente confusa. 

Depois, quando eu finalmente entendi, eu achei a coisa mais hilária do mundo.

Primeiro, se você xinga um introvertido disso, a reação dele é a de que ele não faz a menor idéia do que você está falando. Ele fica totalmente confuso. Nós pensaremos no máximo que você está se referindo a inteligência. Em toda minha vida, eu não entendia porque que de vez de quando as pessoas ficavam com raiva de mim do nada, sem eu ter feito coisa alguma e presumiam que eu era arrogante. Essa é a explicação:

--> ”As pessoas interpretam nosso comportamento como um sinal de que não estamos no divertindo, não estamos aproveitando a festa, não estamos felizes no emprego ou não aproveitamos a vida. Isso faz elas “sentirem-se mal”. Sentem-se em parte, responsáveis por nosso comportamento. Então, alguma confusão ocorre em seus cérebros e em instantes, palavras críticas deslizam de suas línguas. Essas críticas muitas vezes disfarçadas de observações construtivas” (Introvert Spring).

Em outras palavras, as pessoas só estão revertendo a culpa por causa do ressentimento que nós provocamos nelas.

Em primeiro lugar, eu estou confusa: Porque raios as pessoas se importam com isso? Porque elas levam tudo para o lado pessoal?Porque elas acham que tudo que fazemos tem algo a ver com elas?Introvertidos não entendem isso. Segundo, essa “culpa” e esse “ressentimento” são totalmente irracionais. Francamente, se sentir mal só porque alguém não quer falar com você? Só porque alguém não está curtindo a festa? Só porque alguém está muito calado e reservado? Só porque alguém não quer ser seu amigo? Mas que coisa mais infantil.

Quando eu li isso, eu percebi que existe uma diferença crucial na forma de pensar das pessoas normais para os introvertidos: As pessoas normais parecem pensar de forma egocêntrica demais. Pois acham que tudo o que os outros fazem é por culpa delas. Daí os outros fazem algo que eles não gostam e eles partem para o vitimismo. Vitimismo irracional é sempre resultado de uma forma de pensar egocêntrica.

Eu sou introvertida e várias vezes as pessoas foram extremamente grossas, estúpidas e cavalas comigo. E isso quando eu oferecia ajuda. Eu ficava magoada é claro, mas entendia que elas eram grossas comigo porque ELAS eram assim. Não tinha nada a ver comigo. Eu NUNCA assumiria que o comportamento desprezível de alguém tem algo a ver comigo. Muito menos eu ficaria com raiva de alguém por não me dar atenção. Isso seria um senso de entitlement bobo.
Isso não aconteceria se as pessoas em primeiro lugar cuidassem da própria vida. Se pensassem em si mesmas, e não nos outros. É isso que eu não entendo: PORQUE RAIOS AS PESSOAS SE IMPORTAM TANTO COM O NOSSO COMPORTAMENTO?! Creio que existe um ressentimento mais profundo escondido aí: Porque elas não podem nos TER. A incapacidade de nos alcançar as deixa desesperadas. Afinal de contas, nós sempre nos mostramos totalmente desinteressados e distantes (ou isso é o que parece pra elas) isso machuca se elas tiverem interessadas em nós.

Me desculpem, mas não é nossa culpa. Se ignoramos alguém, é a pessoa que está fazendo algo de errado. Para mim, parece com a reclamação boba constante que as mulheres fazem dos homens. Por não serem capazes de entender o comportamento dos homens, elas ressentidas revertem a culpa: “Você só pode ser gay se não me quer!” Só que as mulheres ao dizer isso não enxergam como elas próprias estão sendo ignorantes: Homens não gostam do que é fácil. Se você é fácil, não pode reclamar que ele não te dá valor.

Acontece que Introvertidos NÃO enxergam como grosseria ignorar pessoas (exceto se você tiver algo relevante pra falar ou estiver morrendo). Porque no nosso cérebro NÃO existe estrutura cerebral para entender PORQUE isso é grosseria (em compensação extrovertidos também não entendem porque é grosseria ser extremamente carente, sufocante e intrusivo no espaço dos outros). Para ambos isso é normal.

Assim como homens odeiam o que é fácil, introvertidos odeiam futilidade. E a maioria das pessoas é muito fútil. POR ISSO fugimos das pessoas. É simples, com os homens, não seja uma mala fácil e carente, seja DIFÍCIL. Com os introvertidos, não seja um mala fútil. Seja PROFUNDO.

Introvertidos podem também não demonstrar interesse simplesmente porque nosso cérebro NÃO é orientado para pessoas, eventos e o mundo exterior. E não damos a mínima para isso (só extrovertidos ligam pra isso). Nós somos chamados de INTROVERTIDOS por uma razão: Porque vivemos dentro do nosso mundo interior, ou seja, nós ligamos para as idéias, pensamentos, emoções e sonhos da mente. As pessoas e o mundo exterior ficam em segundo plano. NÃO é uma questão de arrogância nem de nos acharmos melhor que os outros. E o fato de as pessoas sempre assumirem isso sobre nós é algo que dói. Para ser honesta, introvertidos TAMBÉM ficam magoados quando nós abordamos as pessoas sobre idéias e elas se mostram totalmente desinteressadas.

É, nós somos metidos à merda e nos achamos melhor que todo mundo mesmo. Por isso que não falamos com ninguém. Não são as pessoas que são totais incompetentes que não sabem como nos conquistar ou então imbecis que levam tudo para o lado pessoal #Sarcasmo

10) "Ser popular é importante".

Americanos que enfiem esse mantra idiota naquele lugar. Mas EU não sou americana, não tenho razão para me importar com isso.

É um fato que a nação que se auto proclama a mais extrovertida e sociável do mundo e que portanto é que tem mais preconceito contra introversão e solidão é os EUA.

Assim como também é um fato de que 57% de sua população é composta de introvertidos. Enquanto extrovertidos só correspondem a 43% da população. Mas eles ainda assim clamam que são a maioria.

Eu desde pequeninha assistia a filmes americanos intrigada com uma coisa: Porque diabos americanos se preocupam com uma coisa tão fútil como popularidade?
É como se NADA para eles importasse além disso. Nos filmes americanos, quantas vezes você já viu todo mundo da escola querendo o fulaninho ou a fulaninha SÓ porque ele/ela era popular? E ao mesmo tempo NINGUÉM queria o nerd, o gótico, o  esquisito, o ser impopular. 

O que mais é intrigante, engraçado e ao mesmo tempo triste nesses filmes, é que ser popular é literalmente a ÚNICA coisa que importa. Ou seja, o ser popular podia ser feio pra cacete, burro feito uma porta, fútil e superficial quanto uma piscina rasa, babaca, arrogante e tão interessante e sem sal quanto uma pedra. MESMO assim todo mundo na escola queria ele/ela ou então ser como ele/ela. Pior mesmo era quando o ser popular tinha todos esses defeitos acima e ainda por cima era mal, sem caráter e totalmente sádico aos sentimentos dos outros (Regina George, de meninas malvadas). Ou seja, tudo que importa para eles é alguém ser líder de torcida ou quarterback. FODA-SE o resto. Será que americanos tem idéia do quanto a cultura deles é exageradamente fútil?

Ao mesmo tempo, era triste ver um nerd, um impopular ou excluído ser rejeitado nos filmes, não interessando o quão lindos tanto por dentro quanto por fora, inteligentes e amáveis eles fossem (Fredinho! de Icarly).

Apesar de eu já entender a cultura deles e saber o porquê deles darem tanto valor a popularidade, ainda assim é besteira. Tudo que importa na vida é ter poucos amigos verdadeiros e que se possa contar. Não um milhão de desconhecidos que nem te conhecem na internet ou na vida real.

Uma frase que nunca mais esqueci de um de meus desenhos favoritos é uma frase que o melhor amigo fala pra garota que recentemente ficou popular por causa de seu talento no futebol e por isso ficou arrogante. Nela, ele explica a diferença entre fãs e amigos:

-> “Lembre-se Jenny, que eles são seus FÃS não seus AMIGOS. O apoio deles só dura enquanto você continuar vencendo os jogos. Se você perder um jogo, logo todo o apoio e adoração deles irá sumir.” (Uma robô adolescente).

11) "Socialmente incompetente".

Foda-se.

12) "Você não sabe lidar com as pessoas!”

E elas não sabem lidar comigo.

13) "Introvertido".

Sim, eu sou uma introvertida. Sim, eu tenho misantropia. NÃO, NEM TODO introvertido tem misantropia. Na verdade a maioria deles ama pessoas, é amigável e sociável. Mas nesse ponto da minha vida eu me pergunto porque cargas d'água em primeiro lugar introvertidos DEVERIAM amar pessoas. Pois não é como se as pessoas nos amassem. Ou SEQUER nos dessem valor. Pelo contrário, elas SÓ dão valor aos extrovertidos enquanto nos xingam toda hora dos mais diversos cruéis e xingamentos carregados de ignorância: Tímidos, anti-sociais, fechados, reclusos, eremitas, socialmente incompetentes, vivem dentro da própria concha, metidos esnobes, indiferentes, frios, sem emoção, distantes, grosseiros, rudes, cavalos...

Como se o nosso simples comportamento de querer um tempo para nós mesmos fosse inimaginável.

Como se ignorar as pessoas e/ou se recusar a dar atenção a elas ou qualquer outra coisa que elas achem que merecem fosse crime.

Porque no mundo extrovertido, é inimaginável que você goste das pessoas mas não queira estar com  elas 24 horas por dia/7 dias por semana, ou que você não seja um bobo imaturo desesperado por atenção e por agradar aos outros.
Ou que exista a possibilidade de você simplesmente querer estar perto das pessoas apenas com um pequeno espaço de tempo entre elas.

Acredito que essas pessoas que se incomodam tanto com o comportamento dos introvertidos acham que são deuses ou reis que nunca deveriam ser ignorados e que os outros lhes devem dar atenção sempre que eles querem.

O paradoxo delas que elas não enxergam é que, ao mesmo tempo que se ressentem com nós introvertidos por “ignorá-las”, elas quase sempre não tem NADA de importante para falar (que eu já expliquei).

Tá, é verdade que nós introvertidos propositalmente botamos uma barreira entre nós e as pessoas. Mas nao ache que não existe uma boa razao para isso. Tem sim. Eu vou explicar:

Acontece que para nós introvertidos se relacionar com as pessoas é custoso. Nós PERDEMOS energia para interação social. Nosso cérebro fica exausto quando vamos a festas e conversamos com pessoas. Introvertidos são passivos de energia. Enquanto extrovertidos são ativos de energia. Eles GANHAM energia de interação social. Daí o comportamento magnético de um e repulsor de outro. Tente entender nossa dor: Se a sua energia fosse limitada, você iria querer desperdiçá-la com coisas fúteis? Óbvio que não. Se introvertidos se dão ao luxo de desperdiçar energia com coisas fúteis, NÃO sobra energia para fazermos coisas importantes.
Além disso, introvertidos ODEIAM futilidade. Nosso cérebro é energizado e excitado por IDÉIAS. Não por pessoas. Não por fofoca. Não por coisas triviais. Não adianta vim falar com a gente sobre coisas para o qual nós não estamos nem aí (como o cabelo de outra pessoa que tem ponta dupla) e esperar que nós alegremente queiramos puxar papo.
Futilidades para nós é algo broxante e sempre será. Por isso aquela pergunta inútil daquele velhinho me irritou tanto.

Se aquele velho viesse falar comigo sobre a teoria da relatividade, talvez eu quisesse puxar papo com ele.

Não me levem a mal, introvertidos amam as pessoas, eles só amam com bastante espaço entre elas. E não é nada pessoal. É só a energia que se esgota em seus cérebros.

Não somos "frios", temos emoções, nós só não usamos nosso coração estampado em nossa face como idiotas temperamentais. Apenas preferimos guardar nossas emoções para nós mesmos e lidar com elas internamente. Não há necessidade de exteriorizá-los. Exteriorizar é para extrovertidos.

Nós também não somos necessariamente tímidos. Timidez é algo que independe do tipo de personalidade. Extrovertidos também podem ser tímidos (Barbra Streisand e Woody Allen). AMBOS podem ser tímidos. Assim como ambos podem ser confiantes. Timidez não é algo exclusivo de introvertidos. Assim como confiança não é algo exclusivo de extrovertidos (Bill Gates, Audrey Hepburn, Drew Barrymore são introvertidos confiantes).

Sim, vivemos dentro de uma concha. Mas você se surpreenderia ao saber que é justamente por sermos “fechados” para certas coisas que a nossa mente e o nosso coração podem se ABRIR a outras. Como disse um jornalista:

--> ”A glória de não se render a estímulos externos faz com que se pare para observá-los. O E=MC não foi produzido por um festeiro.”

Ou seja, é a ciência dizendo que é justamente esse nosso jeito de ser que incomoda tanto as pessoas é que não está somente envolvido, é a RAZÃO pela qual nós fazemos nossas descobertas extraordinárias (Certa vez, um homem se distanciou de uma festa que estava ocorrendo no seu quintal. Aí ele se sentou embaixo de uma árvore e uma maçã caiu na cabeça dele. Se Isaac Newton se preocupasse mais com festas, futilidades e pessoas nós não saberíamos da gravidade.)

14) Eu não odeio as pessoas realmente.

E finalmente, eu não odeio as pessoas realmente. Pelo menos não as mulheres, não as crianças, não os negros, não os LGBT's, não os introvertidos, não os judeus, não os indios, não os pobres, não os doentes, não os deficientes, não os animais, não as plantas, não os que sofrem. Não os que nunca fizeram nada de ruim para mim. Para estes, só vai todo o meu amor e empatia.

Nesse sentido, você pode achar a misantropia algo irracional. Mas só é irracional se for contra alguém que é um santo. Mas nenhum ser humano é santo. Somos todos maus e pecadores. Apenas alguns são mais do que outros, óbvio.

Meu ódio pela humanidade é apenas pelos maus, não pelos bons. Odiar os bons seria irracional. Mas é aí que está: Eu sempre penso que todo mundo é mal e que não existem pessoas boas. Que boas pessoas são indistinguiveis das más, sendo apenas que são atores melhores. Mas isso deve ser porque eu não encontro nenhuma sequer pessoa no mundo que prove que eu esteja errada. Raramente as pessoas demonstram que são diferentes da maioria, com o que eu já estou acostumada a ver todo dia: Pessoas más, sem caráter, fúteis, ignorantes, superficiais, falsas, egoístas, egocêntricas, preconceituosas, agressivas e violentas.

15) "Ah tá, entendi. Mas e se eu tentar fazer como você disse e introvertidos AINDA assim se recusarem a falar comigo? Afinal de contas, PORQUE VOCÊS INTROVERTIDOS SE NEGAM TANTO A FALAR COM AS PESSOAS?! VOCÊS ODEIAM PESSOAS, É ISSO?"

Hehehe. NÃO. Introvertidos não odeiam pessoas (não todos). A resposta para isso na verdade poderia te surpreender. Por ser extraordinariamente irônica.

Acontece que eu não disse tudo. Não é SÓ por energia. De fato, se nós gostássemos verdadeiramente de alguém, deixaríamos essa pessoa nos sugar até a morte.

É uma questão que vai além de energia. Mas não é fácil de explicar. E talvez você nem acredite. Acredite se quiser.

--> A verdade é que, introvertidos AMAM as pessoas BEM mais que os extrovertidos. A verdade é que, nós somos criaturas programadas para AMAR e para sermos amados.

“WTF?!? Como você pode dizer isso?Então porque o comportamento de vocês não sugere isso? É totalmente o oposto!”

Em primeiro lugar, quando se trata de extrovertidos e introvertidos, as pessoas se deixam levar pelas aparências. Uma psicocóloga explica aqui:

--> ”Um extrovertido vai parecer amigável quer ele realmente se importe com você, quer ele esteja tentando roubar sua carteira. Um introvertido vai parecer distante e enclausurado em si mesmo, quer ele esteja pensando em como hackear a conta bancária de alguém, quer ele esteja pensando nos problemas do mundo, como fome, guerra e pobreza.”

Porque extrovertidos são SEMPRE amigáveis e sociáveis as pessoas automaticamente assumem que eles sejam SEMPRE boas pessoas.
Porque introvertidos são SEMPRE frios e distantes, as pessoas SEMPRE assumem que nós não podemos ser boas pessoas, que nós temos algo a esconder, que nós não podemos ser confiados.

Mas a verdade é que um extrovertido VAI sempre ser amigável, ele te AMANDO ou te ODIANDO.

Um introvertido VAI sempre ser frio, ele te AMANDO ou te ODIANDO.

Porque extrovertidos parecem quentes por fora, as pessoas sempre assumem que eles também são por dentro.

Porque introvertidos parecem frios por fora, as pessoas sempre assumem que eles também são por dentro.

Não se deixe levar por aparências.

E nunca duvide de que Deus faz tudo perfeito.

Extrovertidos são sociáveis. 

Introvertidos tem consciência social. São duas coisas bem distintas.

Apesar da natureza aparentemente sociável, extrovertidos quando socializam não buscam necessariamente intimidade ou conexão. O que significa que na maioria das vezes, eles só socializam por socializar. Porque o ato em si de socializar já é gratificante o suficiente.

Apesar da natureza aparentemente “anti-social”, fria e independente, quando introvertidos QUEREM socializar, eles buscam obrigatoriamente por intimidade e conexão.

Daí que há uma pegadinha nisso: Extros tem o cérebro energizado por pessoas, daí dependem delas pra viver, mas não precisam ter intimidade com elas. Intros não dependem das pessoas pra viver já que não obtem energia delas, mas precisam de intimidade.

POR ISSO para nós futilidade dói tanto: Introvertidos tem um desejo natural de querer se conectar com as pessoas de forma forma íntima, profunda e pessoal. Fundir nossas almas, mentes e corações com as de alguém até virarem uma só. NÃO dá para vivermos só de relacionamentos superficiais. Isso para nós não funciona.

Quando não conseguimos isso nós podemos até adoecer e enlouquecer. Já que nossas necessidades vitais não estão sendo preenchidas.

Então, não tendo nenhuma outra escolha, nós reagimos com ódio.

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